Wanderli foi atrás de uma prima que sabia costurar e ela se tornou minha professora. Após concluir o curso de costura, fomos à loja comprar minha primeira máquina de costura. Eu comecei a confeccionar peças sob encomenda e, assim, nossa jornada começou.

A ideia de abrir uma confecção de lingerie surgiu quando percebemos que já havia duas pequenas empresas do mesmo tipo na cidade. Enfrentamos dificuldades financeiras enormes desde o início, lutando para pagar a máquina que compramos. Nesse momento, decidimos convidar uma amiga para se juntar a nós como sócia, pois ela possuía uma máquina overloque fundamental para a produção.

Juntas, nós três fomos a São Paulo pela primeira vez para fazer compras. Lembro-me daquele dia carregando três quilos de malha, fios e linhas na memória.

Porém, a sociedade não durou muito, e eu segui em frente com o apoio inabalável do meu esposo. Arriscamos comprar uma overloque com o dinheiro do próprio negócio para continuar a produção. Eu costurava calcinhas de segunda a sexta-feira e saía para vender nos fins de semana, muitas vezes pegando carona para chegar às cidades vizinhas.

Os desafios eram constantes, mas minha determinação era maior. Após alguns meses, consegui contratar minha primeira funcionária. Começamos a produzir calcinhas e soutiens de lycra e renda. Com o tempo, com a ajuda de novas costureiras, pude focar mais nas vendas e na gestão do negócio. Meu esposo deixou a confeitaria para se juntar a mim em tempo integral.

Juntos, abrimos nossa loja Nuance, e as vendas começaram a decolar com pedidos de clientes e televendas, reduzindo nossas constantes viagens.

Ao longo de todo esse trabalho árduo, nossa prioridade sempre foi criar produtos com design diferenciado, modelagem confortável e que vestissem bem. Com os anos passando, percebemos que nossa estrutura não comportava mais nosso crescimento. Em 2005, finalmente demos início à tão sonhada expansão da Nuance, um plano que havíamos traçado em 2002 durante o Empretec.